No dia 4 de maio um Hipermercado Carrefour, localizado no shopping Praiamar, foi multado em mais de R$ 12 milhões por vazamento de óleo diesel em canal de Santos. Uma das mangueiras de um gerador estava desgastada por falta de manutenção. O combustível invadiu o canal 6 e chegou ao mar. IBAMA multou o hipermercado por causar poluição que pode causar em impacto ambiental.
Uma solução para esse ocorrido seria escoar toda água contaminada com o óleo diesel para um tanque de equalização, onde já impediria de a água contaminada chegar ao mar. Após conter o vazamento, poderia usar um sistema de oxidação com gás de ozônio (O3) uma vez que o mesmo é um forte aliado no tratamento de compostos presentes no óleo diesel, como solventes BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos), e também pode atuar na degradação de óleo diesel com mais facilidade e agilidade, em comparação a outros Processos oxidativos avançados (POA), que são definidos como tecnologias que geram radicais hidroxila (•OH), espécies altamente oxidantes, em quantidade suficiente para provocar a mineralização da grande maioria dos contaminantes orgânicos a dióxido de carbono, água e íons inorgânicos.
A contaminação de águas por misturas, como é o caso do diesel, pode causar grandes impactos ambientais dependendo de suas quantidades, pois o óleo diesel é formado principalmente por hidrocarbonetos que são compostos orgânicos, mas também contém um percentual de enxofre altamente tóxico, nitrogênio e oxigênio, o que pode ser um grande impacto ambiental se não for controlado a tempo de espalhar pela água, porque esse contaminante não consegue ser retirado através de um processo de tratamento com bactérias em lagoa de aeração, uma vez que a bactéria não sobrevive nesse meio contaminado, porque essa contaminação no efluente aumenta a sua quantidade da demanda bioquímica de oxigênio na água (DQO), diminuindo assim o oxigênio dissolvido na água e posteriormente, afetando diretamente a biota marinha.
Esse tipo de bactéria ou enzima utilizado na lagoa de aeração é muito sensível a qualquer tipo de contaminação, por isso que no tratamento primário é retirado grande parte do contaminante para depois o efluente seguir para a lagoa de aeração.
De acordo com a tabela, podemos ter uma ideia do potencial de oxidação de alguns oxidantes, repare a diferença do potencial de oxidação do cloro em relação ao ozônio. Assim podemos ter uma base de como seria interessante o uso da tecnologia do gás de ozônio na remoção do contaminante no caso da notícia do vazamento de óleo diesel.
A ozonização vem sendo proposta como um pré-tratamento para efluentes que contenham compostos recalcitrantes, com o objetivo de aumentar a biodegradabilidade dessas águas residuárias e também na desinfecção de águas (Chang et al., 2002). A oxidação de compostos orgânicos por ozônio em água conduz a produtos oxigenados e ácidos com baixa massa molecular, que em geral são mais biodegradáveis (Contreras et al., 2003).
Sendo assim, após o efluente ser contido no tanque, pode saturar o meio com ozônio em pH alcalino 8,00. Após cerca de 40 minutos, já se oxidou toda carga de contaminante. Posteriormente, o efluente poderá ser filtrado e descartado para o rio ou para a rede coletora.
Esse processo de tratamento com gás de ozônio vem substituindo o processo de lagoas de aeração, devido a ser mais compacto e prático de ser utilizado, onde necessita basicamente de um tanque de reação, pH metro e o gerador de ozônio para produção in loco, pois o ozônio é um gás altamente instável, que rapidamente volta a forma de O2, por isso não é possível armazená-lo, devendo ser sempre produzido no momento do uso, o tempo médio de meia vida do ozônio é 40 minutos a 25 graus Celsius.
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