Para eliminar componentes que podem ser prejudiciais para a saúde humana, a água precisa passar por uma Estação de Tratamento de Água (ETA) antes de ir para as redes de distribuição. Apenas no caso de poços subterrâneos, a adição de cloro já é suficiente para proporcionar o tratamento. Na ETA, uma série de etapas com diferentes procedimentos são realizados, o que possibilita a obtenção de água potável a partir da água bruta. Nem sempre todos eles são necessários. A estrutura do tratamento é moldada conforme a qualidade dos mananciais. E por mais que a água chegue tratada nas casas das pessoas, é recomendável que seja filtrada antes do consumo.
↠Conheça melhor essas etapas e os principais produtos utilizados em cada processo.
➔ Água Bruta:É a água não tratada, ou seja aquela que chega até a estação de tratamento de água (ETA). Ela é medida através da Calha Parshall e é denominada bruta porque ainda não teve nenhum contato com produtos químicos. Geralmente, nesse ponto, é feito uma coleta de água para realizar algumas análises e verificar os padrões e possíveis dosagens de produtos. Nessa etapa do tratamento, são realizadas algumas análises básicas como:
↠ pH
↠ Turbidez
↠ Cor
↠ Temperatura
Verificando a turbidez da água bruta, através de um jar test, pode ser feito o teste de floculação e determinar a quantidade ideal de produto a ser utilizado. Todos os resultados das análises são anotados em uma planilha.
➔Pré-Cloração: Quando a água entra na Calha Parshall, é feita a adição de cloro à água que acabou de chegar na ETA. Isso ajuda eliminar microrganismos, matéria orgânica e oxidação de alguns metais pesados.
➔ Pré-Alcalinização: Se a água estiver muito ácida, ocorre a adição de cal, soda cáustica ou carbonato de sódio (Barrilha). Por serem básicas, essas substâncias ajudam a regular o pH da água, que deve estar entre 6,0 e 9,5, caso seja destinada para o consumo humano. Nessa etapa também é retirada uma amostra de água e feita uma análise de pH para saber a dosagem correta de produtos químicos a serem dosados.
➔ Coagulação: Na ETA, essa etapa ocorre no floculador 1, que conta com a adição de um agente coagulante, o policloreto de alumínio. Os resultados feitos no teste inicial de coagulação, agora são utilizados aqui para dosar corretamente o policloreto de alumínio (PAC). Geralmente, como a turbidez dos rios varia entre 20 e 150 NTU, é feita uma diluição do produto a 10% antes de dosar na ETA. Depois, a água é agitada lentamente para facilitar a agregação de partículas coloidais e impurezas suspensas.
➔ Floculação: Essa etapa confere ao floculador 2. À medida que a água é movimentada, as partículas de impureza se aglomeram e formam flocos. Para auxiliar esse processo, pode ocorrer a adição de um polímero, com o objetivo de promover o aumento do tamanho dos flocos e facilitar a sua decantação na etapa seguinte.
➔Água Decantada: Nessa etapa, também chamada de decantação ou sedimentação, a água é passada do floculador 2 para o decantador. No decantador, ela entra por baixo, e as partículas de lodo formadas no processo anterior já se depositam e ficam retidas na parte inferior do decantador. Nessa etapa, as ETAs utilizam um sistema de lamelas na diagonal, de modo que se alguma partícula de lodo ainda suba, ela ficará retida na lamela, ficando assim a água já quase potável, passando para a próxima etapa por queda nas calhas coletoras de água. Nessa etapa, é feita uma nova coleta de água para realizar análises e anotar em uma planilha.
➔ Filtração:Nessa etapa, a água passa por filtros que geralmente são constituídos por 7 camadas compostos por carvão mineral antracito, pedras e areia. Assim, são descartadas impurezas menores, que não foram eliminadas na sedimentação ou decantação.
➔ Pós-Alcalinização:É necessário conferir o pH da água para saber se é preciso fazer alguma correção. Essa é uma maneira eficiente para evitar a corrosão e a incrustação das tubulações das redes de distribuição.
➔ Desinfecção: Mesmo após todos esses processos, a água em tratamento ainda pode estar contaminada com vírus e bactérias causadoras de doenças.Com o objetivo de eliminar esses microrganismos patogênicos, o cloro gás ou o hipoclorito de sódio 12% líquido são adicionados à água na saída da ETA.
➔ Fluoretação:Pode ou não ocorrer a adição de flúor na água tratada. Exemplos de produtos químicos utilizados nesse processo são o fluossilicato de sódio e ácido fluossilícico.Essa etapa não é obrigatória em todos os estados brasileiros e sua função está relacionada com a prevenção do surgimento de cáries dentárias.
➔ Água Tratada:Por fim, após todos os processos, a água bruta coletada do rio pode ser considerada água tratada. Nessa etapa são realizadas algumas análises como: cor, turbidez, cloro, pH, flúor e temperatura. Todos os resultados são anotados em uma planilha, e a água pode ser armazenada em uma cisterna ou ir diretamente para uma caixa d’água e está pronta para consumo. OBS:A limpeza de toda ETA tanto nos floculadores como nas lamelas do decantador deve ser realizada pelo menos duas vezes na semana, para retirar todo material sedimentado. Já os filtros, devem ser realizados a retrolavagem pelo menos duas vezes por dia. A retrolavagem consiste em passar a água no filtro no sentido contrário, para que todas as partículas de impurezas retidas ali possam ser retiradas. A preparação dos produtos é feita em tanques identificados na sala de preparo, e os produtos são transportados por tubulações até a ETA
No dia 4 de maio um Hipermercado Carrefour, localizado no shopping Praiamar, foi multado em mais de R$ 12 milhões por vazamento de óleo diesel em canal de Santos. Uma das mangueiras de um gerador estava desgastada por falta de manutenção. O combustível invadiu o canal 6 e chegou ao mar. IBAMA multou o hipermercado por causar poluição que pode causar em impacto ambiental.
Uma solução para esse ocorrido seria escoar toda água contaminada com o óleo diesel para um tanque de equalização, onde já impediria de a água contaminada chegar ao mar. Após conter o vazamento, poderia usar um sistema de oxidação com gás de ozônio (O3) uma vez que o mesmo é um forte aliado no tratamento de compostos presentes no óleo diesel, como solventes BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos), e também pode atuar na degradação de óleo diesel com mais facilidade e agilidade, em comparação a outros Processos oxidativos avançados (POA), que são definidos como tecnologias que geram radicais hidroxila (•OH), espécies altamente oxidantes, em quantidade suficiente para provocar a mineralização da grande maioria dos contaminantes orgânicos a dióxido de carbono, água e íons inorgânicos.
A contaminação de águas por misturas, como é o caso do diesel, pode causar grandes impactos ambientais dependendo de suas quantidades, pois o óleo diesel é formado principalmente por hidrocarbonetos que são compostos orgânicos, mas também contém um percentual de enxofre altamente tóxico, nitrogênio e oxigênio, o que pode ser um grande impacto ambiental se não for controlado a tempo de espalhar pela água, porque esse contaminante não consegue ser retirado através de um processo de tratamento com bactérias em lagoa de aeração, uma vez que a bactéria não sobrevive nesse meio contaminado, porque essa contaminação no efluente aumenta a sua quantidade da demanda bioquímica de oxigênio na água (DQO), diminuindo assim o oxigênio dissolvido na água e posteriormente, afetando diretamente a biota marinha.
Esse tipo de bactéria ou enzima utilizado na lagoa de aeração é muito sensível a qualquer tipo de contaminação, por isso que no tratamento primário é retirado grande parte do contaminante para depois o efluente seguir para a lagoa de aeração.
De acordo com a tabela, podemos ter uma ideia do potencial de oxidação de alguns oxidantes, repare a diferença do potencial de oxidação do cloro em relação ao ozônio. Assim podemos ter uma base de como seria interessante o uso da tecnologia do gás de ozônio na remoção do contaminante no caso da notícia do vazamento de óleo diesel.
A ozonização vem sendo proposta como um pré-tratamento para efluentes que contenham compostos recalcitrantes, com o objetivo de aumentar a biodegradabilidade dessas águas residuárias e também na desinfecção de águas (Chang et al., 2002). A oxidação de compostos orgânicos por ozônio em água conduz a produtos oxigenados e ácidos com baixa massa molecular, que em geral são mais biodegradáveis (Contreras et al., 2003).
Sendo assim, após o efluente ser contido no tanque, pode saturar o meio com ozônio em pH alcalino 8,00. Após cerca de 40 minutos, já se oxidou toda carga de contaminante. Posteriormente, o efluente poderá ser filtrado e descartado para o rio ou para a rede coletora.
Esse processo de tratamento com gás de ozônio vem substituindo o processo de lagoas de aeração, devido a ser mais compacto e prático de ser utilizado, onde necessita basicamente de um tanque de reação, pH metro e o gerador de ozônio para produção in loco, pois o ozônio é um gás altamente instável, que rapidamente volta a forma de O2, por isso não é possível armazená-lo, devendo ser sempre produzido no momento do uso, o tempo médio de meia vida do ozônio é 40 minutos a 25 graus Celsius.
Basicamente, quando se fala em atender a legislação vigente, em termos de água de piscina, segue as informações necessárias:
Quanto à qualidade biológica:
• Não pode conter bactérias do grupo coliforme e/ou staphylococcus aureus. Igualmente, deve ser evitada a proliferação de algas.
Quanto às qualidades físicas, químicas e físico-químicas:
• A limpidez da água deve ser tal que permita a perfeita visibilidade da parte mais profunda da piscina. (Sistema de azulejo escuro na parte funda da piscina),
• A superfície da água deve estar livre de matérias flutuantes, estranhas à piscina. (Cremes, bronzeador ou algum tensoativo na superfície da água),
• O fundo da piscina livre de detritos. (Sólidos decantados),
• O pH da água deve ser mantido entre 7,2 e 7,8. (pH livre de agressões a pele e ao organismo. Por isso se fala no valor de pH igual ao da lágrima),
Quando forem utilizados desinfetantes à base de cloro:
•A concentração de cloro na água da piscina deve ser mantida entre 0,8 mg/L a 3,0 mg/L de cloro livre. (O cloro livre é aquele que está disponível na água na forma do íon hipoclorito OCl- ou ácido hipocloroso HOCl. O melhor método para a determinação de cloro livre e total é o DPD),
• A concentração de cloro na água do lava-pés deve ser no mínimo de 3,0 mg/L de cloro livre.
Já para os parâmetros microbiológicos, quando da ocorrência de epidemias ou quando a situação o exigir, recomenda-se a verificação da ausência dos seguintes patogênicos:
•pseudomas aeruginosa: organismos relacionados com infecções de ouvidos e olhos (otites, conjuntivites etc.),
•cândida albicans: organismos relacionados com infecções de pele. (micoses),
• Deve-se observar que a contagem de bactérias heterotróficas, (outro parâmetro que pode ser verificado principalmente para avaliar a eficiência do tratamento).
WordPress. Esse é o seu primeiro post. Edite-o ou exclua-o, e então comece a escrever!
Comentários